Audiência na AL discute perfil dos profissionais da enfermagem no Ceará

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Pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem, Cofen, fez um raio X da categoria no Estado.


 


Condições de trabalho, carga horária e a situação dos profissionais da categoria foram alguns dos temas abordados na audiência realizada nesta terça-feira, 10/11, no Complexo de Comissões da Assembleia Legislativa do Ceará. A audiência foi requerida pelo deputado Renato Roseno (Psol), atendendo à solicitação do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará, Coren. O objetivo foi apresentar a pesquisa “Perfil da Enfermagem no Brasil – Ceará”, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio do Coren.


 


O Sindsaúde participou da audiência, que contou ainda com a presença da promotora de Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, de representantes da Secretaria de Saúde do Estado, dos conselhos Federal e Regional de Enfermagem, da Fiocruz, e de outras entidades representativas.


 


O perfil da enfermagem no Ceará


 


A pesquisa foi realizada em todo o Ceará, ouvindo cerca de 56 mil profissionais, entre auxiliares, técnicos e enfermeiros. Hoje, a enfermagem no Ceará é composta por um quadro de 75% de técnicos e auxiliares e 25% de enfermeiros.


 


Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,8% de profissionais na equipe (em torno de 27 mil pessoas) recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (16,8%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000. Dos profissionais da enfermagem, a maioria (63%) tem apenas uma atividade/trabalho.


 


Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (21,4%) e o filantrópico (21,5%) são os que mais praticam salários com valores de até R$ 1.000. Em ambos, os vencimentos de mais da metade do contingente lá empregado não passa de R$ 2.000.


 


Este foi mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina. A pesquisa é inédita e abrange um universo de 1,8 milhão de profissionais.


 


Para o deputado Renato Roseno, “a audiência foi importante por propiciar um espaço de debate e sensibilização junto às instâncias e órgãos do Estado, da categoria e da sociedade, bem como propor encaminhamentos que viabilizem a melhoria da gestão em saúde e reconheçam a identidade dessa categoria”.


 


Para a presidente do Sindsaúde, Marta Brandão, a pesquisa a nível local ajuda a compreender as principais dificuldades dos profissionais da enfermagem no Ceará e serve de subsídio para indicar os caminhos nas lutas da categoria. “Esta pesquisa vai contribuir para que possamos levar à mesa de negociação uma discussão mais técnica, uma ferramenta extremamente importante para todas as entidades sindicais que atuam na área da saúde” – finalizou.


 


Com informações da Assessoria de Comunicação do Sindsaúde – Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Ceará