
Nesta quarta-feira (13), cerca de 2 mil Agentes Comunitários de Saúde (ACS) estaduais, vindos de todas as regiões do Ceará — a maioria mulheres e muitas senhoras de idade — saíram em uma grande caminhada da Praça Luíza Távora até o Palácio da Abolição. A mobilização, organizada pelo Sindsaúde Ceará e demais entidades representativas, teve como objetivo cobrar do governador Elmano de Freitas o cumprimento de promessas feitas à categoria: o vale-alimentação e a Gratificação de Desempenho de Incentivo (GDI), direitos básicos que garantem dignidade e valorização aos ACS.

“É inadmissível que profissionais que dedicam suas vidas à saúde pública, muitos deles com idade avançada e vindos de todas as regiões do Ceará, tenham que enfrentar violência apenas para reivindicar direitos básicos prometidos. O que vimos hoje foi descaso e truculência do governo”, afirma Martinha Brandão, diretora do Sindsaúde Ceará.

A caminhada, que começou de forma pacífica e cheia de esperança, rapidamente se transformou em uma cena de truculência. Na porta do Palácio, toda a categoria foi atingida por spray de pimenta, e o presidente do Sindsaúde Ceará, Quintino Neto, ainda sofreu tentativa de prisão. Sobre o episódio, ele declarou:
“Estávamos apenas cobrando o que é nosso por direito: o vale-alimentação. É revoltante que, ao lutar por algo tão básico quanto poder se alimentar dignamente, sejamos recebidos com violência. Não nos calarão.”

Mesmo diante da repressão, a categoria permaneceu firme, mostrando a força e a resistência de profissionais que são a base do SUS. Cada passo da caminhada foi um lembrete de que a luta pelos direitos não pode ser intimidada, e que a mobilização é o caminho para garantir respeito, valorização e justiça.

Ao final da manifestação, a comissão de ACS não foi recebida pelo governo e ficou apenas com um encaminhamento, definido e aprovado em assembleia:
1.Manifestações nas redes sociais, cobrando em todas as publicações e lives do governador os direitos prometidos.
2.Seguir o governador em todos os eventos nos diversos municípios do estado para cobrar os direitos da categoria.
3.A comissão definirá uma data para realizar uma visita aos deputados na Assembleia Legislativa, buscando envolver os parlamentares nessa luta.
A luta dos ACS estaduais segue firme: não aceitamos promessas vazias nem violência. O que essa categoria quer é simples e justo: poder se alimentar dignamente e ter seus direitos respeitados. E enquanto o governo não cumprir, a mobilização continuará, mostrando que a força da saúde está na união de quem cuida da vida todos os dias.
Essa luta nos uni e saúde resiste, ninguém vai nos calar somos guerreiros do SUS e defendemos a saúde pública,mais também nossos direitos