DE MÃOS DADAS, EVANDRO E VEREADORES DE FORTALEZA OFICIALIZAM INJUSTIÇA CONTRA OS SERVIDORES DA FAGIFOR

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Uma página vergonhosa na história da saúde pública da capital

Hoje, Fortaleza testemunhou um duro golpe contra os trabalhadores e trabalhadoras da saúde oriundos da extinta Fagifor. Após toda dedicação e uma trajetória marcada por resistência e luta, esses profissionais, que já enfrentaram o abandono institucional desde a extinção da fundação, agora sofrem mais uma violência: a oficialização da desigualdade.

Mesmo diante de uma mobilização legítima, corajosa e incansável da categoria, a Prefeitura de Fortaleza — sob a liderança do prefeito Evandro Leitão — optou por ignorar os apelos por justiça, desprezar o diálogo com os trabalhadores e empurrar goela abaixo um projeto que institucionaliza a desigualdade no serviço público. A proposta enviada à Câmara, e vergonhosamente aprovada pelos vereadores, impõe aos novos servidores uma jornada massacrante de 240 horas mensais, quando o correto e justo seria o enquadramento no PCCS com 180 horas mensais, equivalente a 10 plantões por mês, como já ocorre com os demais profissionais da rede. Trata-se de uma medida desumana, que desrespeita a realidade das escalas de plantão, quebra o princípio da isonomia e escancara o desprezo da gestão pelo direito de quem cuida da saúde do povo.

Hoje, com o plenário da câmara lotado de esperança e indignação, os vereadores de Fortaleza escolheram um lado. E, infelizmente, não foi o lado dos trabalhadores da saúde.

Ao aprovar esse projeto, legalizam uma lógica cruel e segregadora dentro do próprio SUS: profissionais que desempenham as mesmas funções, nas mesmas unidades, sob condições similares, serão tratados de forma desigual, como se existissem servidores de “primeira” e “segunda” categoria. Uma afronta ao princípio da dignidade do trabalho e ao que se espera de uma gestão pública comprometida com a equidade.

Em um cenário em que se discute nacionalmente o fim da escala 6×1 e a humanização das jornadas de trabalho — em especial na saúde — a Prefeitura de Fortaleza e a maioria dos vereadores caminham na contramão. Em vez de avançar para condições mais justas e dignas, optam por institucionalizar jornadas exaustivas e desiguais.

Os vereadores que votaram favoravelmente a esse projeto traíram a confiança do povo e, principalmente, dos profissionais da saúde. São cúmplices de uma injustiça. E o prefeito Evandro Leitão, que se comprometeu com diálogo e respeito aos novos servidores, rompe agora esse compromisso, revelando-se como o maior dos traidores dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde de Fortaleza.

Diante da aprovação do projeto e da flagrante injustiça institucionalizada contra os trabalhadores da extinta Fagifor, a categoria, junto ao Sindsaúde Ceará e as demais entidades sindicais, definiu: paralisação com início no Frotinha da Messejana, às 6h30, nesta sexta-feira, 06 de junho. O movimento seguirá com mobilizações em outros equipamentos, reafirmando que não haverá recuo diante do desrespeito.

 

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