O sofrimento se repete e a paciência chegou ao limite. Na manhã desta quinta-feira (13/11), mães de crianças em tratamento e trabalhadores do Hospital SOPAI voltaram às ruas em protesto contra o abandono, a falta de estrutura e o risco diário à vida dos pequenos pacientes.
O ato, marcado pela emoção e pela revolta, reuniu dezenas de mães que carregavam cartazes e lágrimas. Muitas delas relataram aguardar há mais de oito meses, e algumas há anos, por um atendimento digno para seus filhos, convivendo com falta de insumos, ausência de medicamentos e condições precárias de higiene.
“A gente pede só o básico. Meus filhos merecem cuidado, não descaso”, desabafou uma das mães durante a manifestação.
Ao lado delas, os trabalhadores da unidade denunciaram a continuidade dos atrasos salariais, falta de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação, além da escassez de materiais básicos para o atendimento. Muitos afirmam estar indo aos plantões sem ter sequer o dinheiro da passagem, em uma rotina marcada pelo cansaço e pela desvalorização.
📍 Novas deliberações
Sem respostas por parte da direção do hospital e diante da omissão dos gestores públicos, o clima de indignação resultou em novas deliberações coletivas aprovadas durante o protesto.
Entre elas, está a realização de uma nova paralisação geral nesta sexta-feira (14/11), a partir das 6h30, com um café da manhã coletivo em frente à unidade, gesto simbólico de resistência, já que o SOPAI não oferece nem café aos seus trabalhadores.
Além da paralisação, ficou definida a formação de uma comissão para ir até a Câmara Municipal de Fortaleza, onde será protocolada uma denúncia junto à Comissão de Saúde da Casa, cobrando atenção urgente à situação da unidade.
Outra deliberação foi a realização de uma assembleia-geral na segunda-feira (17/11), às 7h, quando será discutido um indicativo de greve, caso os salários e benefícios não sejam pagos até lá.
“O que está acontecendo no SOPAI é uma tragédia silenciosa. As mães choram, os profissionais adoecem, e as crianças são as que mais sofrem. Não é apenas um problema trabalhista, é uma questão de humanidade”, destacou a Diretora do Sindsaúde Ceará, Martinha Brandão
O Sindsaúde Ceará reforça que o movimento continuará até que a direção do hospital e os órgãos públicos competentes tomem providências concretas, garantindo respeito, condições dignas de trabalho e um atendimento seguro e de qualidade para as crianças que dependem do SOPAI.











