O Sindsaúde Ceará denunciou nesta terça-feira (13/10) um verdadeiro calote cometido pela direção da SOPAI contra seus próprios empregados. A denúncia foi tema de uma mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), com a presença do SOPAI, Caixa Econômica Federal (CEF) e Sindsaúde.
A situação é grave: o SOPAI descontou dos salários dos trabalhadores os valores referentes aos empréstimos consignados feitos junto à Caixa Econômica Federal, mas não repassou o dinheiro ao banco. Ou seja, o valor saiu do bolso dos trabalhadores, mas não chegou ao destino correto.
De acordo com informações apresentadas pela Caixa, o rombo já chega a R$ 200 mil, atingindo mais de cem empregados. Os descontos indevidos ocorreram entre julho e setembro de 2025.
Como resultado desse calote, a Caixa tem feito cobranças diárias, inclusive através de robôs, e ainda negativou os nomes dos trabalhadores no Serasa e em outros órgãos de restrição de crédito — mesmo sem que eles tenham qualquer culpa.
O Sindsaúde classificou o caso como crime de apropriação indevida, uma vez que a direção do SOPAI reteve valores que pertencem aos empregados. Caso a irregularidade não seja resolvida, o sindicato irá adotar as medidas judiciais cabíveis, inclusive ações por danos morais.
Durante a mediação, ficou registrado que:
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O SOPAI afirmou que tentará repassar até 20/10/2025 os valores descontados referentes a agosto e, possivelmente, setembro de 2025;
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Que até 17/11/2025 deverá repassar à Caixa os valores que ainda permanecerem inadimplentes;
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O SOPAI enviará, até 16/10/2025, os contracheques dos empregados dos meses de julho a setembro ao e-mail da Caixa;
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A Caixa, ao comprovar que os descontos foram realmente realizados, solicitará ao Serasa a suspensão das negatividades, com previsão de até 10 dias úteis para a regularização;
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A partir do pagamento de outubro de 2025, o SOPAI deverá repassar regularmente à Caixa os valores descontados em folha;
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Uma nova audiência foi marcada para o dia 22/10/2025, às 10h30, para acompanhamento do caso.
O Sindsaúde Ceará repudia com veemência esse tipo de prática, que fere a dignidade e o direito dos trabalhadores, partindo justamente de uma instituição de saúde que deveria zelar pela vida e pela ética, e não se apropriar do que pertence a quem sustenta o seu funcionamento.