8 de março: caminhada no Centro de Fortaleza reivindica direitos das mulheres

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Com o tema “Mulheres na luta por mais poder político” diversas organizações sindicais e sociais realizarão caminhada em Fortaleza, no Dia Internacional da Mulher, a partir das 15h, saindo da Praça do BNB em direção à Praça do Ferreira. A manifestação também ocorrerá em outros estados do país.

A União Brasileira de Mulheres (UBM), uma das organizadoras, reforça a conquista do voto feminino, há 80 anos, como fator decisivo que impulsionou as grandes transformações que a sociedade vem passando, com a inserção da mulher no ambiente de trabalho e nos espaços de poder.

No Ceará, o Sindsaúde compõe a comissão organizadora da caminhada, junto com a UBM, União da Juventude Socialista (UJS), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Movimento pela Livre Orientação Sexual (Movelos), Unegro, Pastorais Sociais, Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz (Cebrapaz), FBFF, Pastorais Sociais, Rede Comunitária de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Centro Socorro Abreu e Sindicato dos Empregados em Empresa de Asseio e Conservação (Seeaconce).

Manifesto

Para marcar a data, a UBM lançou documento expondo a realidade das mulheres e as mudanças necessárias para o empoderamento feminino. Leia abaixo:

Manifesto: Dia Internacional da Mulher: mais poder político para as mulheres!

Nos últimos 80 anos, desde que conquistamos o direito ao voto, as brasileiras lutam para ocupar cada vez mais espaços de poder e decisão, compreendendo que as transformações sociais, políticas e econômicas em curso no Brasil, passam, necessariamente, pela efetiva participação e ampliação do poder político destas que são mais da metade da população brasileira, ocupam cerca de 40% da chefia familiar e hoje se vêem representadas pela primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.

Em um momento de crise sistêmica do capitalismo, que ataca trabalhadoras e trabalhadores em boa parte do mundo, reafirmamos que a lógica de um novo modelo nacional de desenvolvimento – que atenda às nossas necessidades econômicas, sociais e ambientais – precisa estar integrada a uma política que reduza juros, gere empregos, eleve salários e garanta maiores investimentos em: educação, saúde, mobilidade urbana, lazer, ciência e tecnologia, valorizando as manifestações culturais de nosso povo, com respeito ao modo de vida e de trabalho das comunidades tradicionais do campo e da cidade.

Há muito que as mulheres atuam na política, integrando às lutas mais gerais de nosso povo e reivindicando igualdade em direitos e oportunidades. Gerações de mulheres, em todos os tempos, dão o melhor de suas vidas quando lutam contra todas as formas de escravidão e pela autodeterminação dos povos em todo o mundo; quando dizem não às guerras e defendem a paz para mulheres e homens em sua diversidade de jeitos, cores e crenças; quando atuam por uma América Latina altiva, unida, diversa e soberana; quando defendem um Brasil, radicalmente democrático, que além de passar a limpo, sua história e memória; se transforme numa grande potência econômica, energética, alimentar, científica e divida riquezas com a esmagadora maioria do povo trabalhador.

É necessário aprofundar o poder político das mulheres nas mais diversas esferas de decisão: na universidade, nos partidos políticos, nas gestões públicas, nas casas legislativas, no poder judiciário, nas entidades e movimentos sociais e sindicais. Garantir nossa participação na esfera pública, em condições de influenciar nas decisões da agenda do desenvolvimento do projeto nacional que abranja às grandes questões sociais, políticas, ambientais, econômicas e culturais, atingindo, diretamente, a vida do povo.

As mulheres devem ser vereadoras, deputadas estaduais, deputadas federais, senadoras. Em 2012, mulheres com compromisso e coragem enfrentarão as eleições e para avançar a democracia é necessário que muitas destas bravas e corajosas mulheres sejam eleitas. No Brasil, as mulheres se voltam para o século XXI, com a certeza de que temos que chegar muito mais longe, superando a subrepresentação política e nos mobilizando no centro das atividades partidárias, comunitárias, sindicais. Somos as gerações de mulheres que organizadas e atuando politicamente, junto ao conjunto das forças populares, avançadas e democráticas, devem garantir:

1. a reforma política, com financiamento público de campanha, garantia de coligações proporcionais e lista fechada com alternância de gênero. Cumprimento da lei de 30% das cotas para candidaturas femininas e da aplicação de 5% do fundo partidário para formação política das mulheres como forma de favorecer o ingresso e melhores condições de disputa para as candidaturas femininas;

2. a reforma da mídia, como forma de enfrentar a criminalização dos movimentos sociais e das forças progressistas de nosso país, além de contribuir para a veiculação da imagem da mulher real: inteligente, trabalhadora e capaz de estar na política, e não como um corpo de consumo a ser explorado;

3. a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas. A aprovação do PL 4857/2011 que garante igualdade salarial e de condições de trabalho entre homens e mulheres, como forma de incentivo à vida profissional e acadêmica das mulheres.

4. o fortalecimento do SUS com garantia de ampliação da rede de atendimento e respeito ao corpo e à diversidade das mulheres, nas muitas fases de suas vidas.

5. garantia de redes de equipamentos sociais (creches, lavanderias, restaurantes populares, centros de convivência) que possam contribuir para a liberação das mulheres ao espaço público, ao mundo das artes, da cultura, e da ciência;

6. a legalização do aborto como forma de fazer cumprir a agenda dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres como um direito humano, enfrentando o aborto clandestino como um grave problema de saúde pública que mata milhares de mulheres todos os anos;

7. a defesa intransigente da aplicação da Lei Maria da Penha nos atos de violência contra a mulher, com a instalação de delegacias especializadas, juizados especiais, centros de referência e casas abrigo), lutando pelo fim da violência contra mulheres e meninas;

8. a criação de secretarias de mulheres nos estados e municípios brasileiros como forma de incentivar e garantir a elaboração, execução e monitoramento dos Planos de Políticas para as Mulheres;

9. a proteção de nossas meninas e mulheres da exploração sexual comercial que faz vítimas cada vez mais jovens em nosso país;

10. o fim de todo tipo de desigualdades e discriminações em relação às mulheres negras, indígenas, jovens, idosas, lésbicas, trabalhadoras rurais, trabalhadoras domésticas, com deficiência e soropositivas.

Neste 08 de março de 2012, reforçamos a necessidade de avançar para que todos os compromissos do Governo Dilma com as mulheres e com o povo brasileiro sejam cumpridos.

Reafirmamos nossa luta em defesa de todas as nossas vitórias e por tudo que ainda temos que conquistar!!!! Viva as mulheres! Viva o 08 de março! Viva o povo brasileiro!

União Brasileira de Mulheres
Por um mundo de igualdade, contra toda opressão!

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