Audiência debate irregularidades do Instituto Educar, em Tauá

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Ocorreu nesta quinta-feira (21/3) audiência na Procuradoria Regional do Trabalho sobre o Instituto Educar, de Tauá, denunciado pelo Sindsaúde por submeter os empregados a condições totalmente irregulares, sem carteira de trabalho assinada e direitos como férias e FGTS. O Instituto Educar foi representado pela tesoureira, Marcilia Fernandes, e o advogado. Estavam presentes ainda o procurador geral do município de Tauá, José Viana de Abreu, e, pelo Sindsaúde, a diretora Madalena e a assessoria jurídica.

A representante do Instituto Educar repetiu uma mentira já contada em outras ocasiões. Segundo esta senhora, o Instituto Educar não tem empregados, apenas sócios que exercem atividades junto ao município. No final, recebem uma remuneração, de acordo com um rateio que é feito. E mentiu mais ainda: disse que não estão mais fazendo isto, ao passo que sabemos que várias pessoas prestam serviços ao município, de forma avulsa, sem direito a nada.

Esta historinha contada pela senhora Marcília já foi desmascarada em quatro processos que o Sindsaúde moveu na Vara da Justiça do Trabalho de Crateús. O procurador do município, dr. José Viana, afirmou que o município não mantém mais trabalhadores do Instituto Educar e que a Câmara municipal de Tauá autorizou a prefeitura a contratar temporários. Ou seja, o que se viu foi a prefeitura e o Instituto Educar combinados para contar uma história que não engana ninguém.

E ainda que seja verdade a contratação de temporários, ainda assim erraram a Câmara e a Prefeitura, pois a constituição exige o concurso público. Sabe-se que os gestores de Tauá não fazem concurso público para a área da saúde para terem o poder de trocar emprego por apoio político, denúncia neste sentido já tramita na Promotoria de Tauá, desde a última eleição. O Sindsaúde requereu e o procurador determinou que o município de Tauá e o Instituto Educar juntem os documentos relativos a contratos feitos nos últimos anos na área da saúde, bem como que o município relacione quem são os temporários contratados para a área da saúde. Depois destes dados, tanto a procuradoria quanto o sindicato irão analisar para ver que ações entrarão contra o Instituto Educar e o município de Tauá. Há mais de um ano, o Sindsaúde iniciou a luta para acabar com a exploração a que são submetidos os trabalhadores do Instituto Educar e também para forçar o município de Tauá a fazer concurso. Não desistiremos, por maior que sejam as manobras dos gestores de Tauá!