Ceará tem aumento de 32% em mamografias

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Com um aumento de 32% no número de mamografias realizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ceará superou novamente o primeiro quadrimestre de 2011. Neste ano, 34.623 exames foram realizados, enquanto, em 2011, foram 26.311. Entre mulheres de 50 a 69 anos, considerada faixa prioritária, foram realizadas 17.055 mamografias o que representa 33% a mais do que no passado, quando foram feitos 12.842 exames. O balanço é do Ministério da Saúde.

Apesar da variação, o Ceará ainda vive em estado de epidemiologia deste câncer. Isso porque, há dez anos, a mortalidade para esta neoplasia só cresce. De acordo com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), no intervalo de 2000 para 2010, houve um aumento de 102% na mortalidade por neoplasias malignas de mama.

Para se ter uma ideia, em 2000, morreram 243 mulheres por esse tipo de tumor. Já em 2010, esses óbitos subiram para 493. Para o mastologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Fernando Melo, só haverá uma redução na mortalidade daqui há alguns anos, com a disseminação das mamografias.

O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES-Net), do Ministério da Saúde, aponta que, hoje, o Ceará possui, em uso, exatos 114 mamógrafos. Destes, 79 são de comando simples e 35 são com estereotaxia, que permite um melhor diagnóstico de imagem, além de duas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacom), serviços de oncologia pediátrica e de radioterapia.

Segundo o Ministério da Saúde, o aumento na proporção de brasileiras que se submeteram ao exame de mamografia está condicionado à ampliação dos serviços de diagnóstico e tratamento do câncer de mama.

Obstáculos

Para Fernando Melo, esse quantitativo é louvável, porém, três obstáculos têm que ser transpostos para que consigamos reduzir a mortalidade pelo câncer de mama em mulheres.

“Primeiro de tudo, temos que melhorar a qualidade destes equipamentos. Muitos sequer possuem o selo do Colégio Brasileiro de Radiologia. Depois, temos que redistribuir melhor estes equipamentos e, por último, tem que haver uma sensibilização maior por parte das secretarias municipais na liberação de exames de biopsia estereotaxia”, disse o mastologista do ICC.

Ações nacionais

Foi incorporado no SUS o medicamento Trastuzumabe, um dos mais eficientes no combate ao câncer de mama. Essa iniciativa faz parte do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, estratégia para expandir a assistência oncológica no País, lançado pela presidente Dilma Rousseff, no ano passado. O ministério investirá R$ 130 milhões por ano para disponibilizar o medicamento à população. “A expectativa é que beneficie 20% das mulheres com câncer de mama”, afirma o ministro Alexandre Padilha.

O Trastuzumabe é um dos primeiros medicamentos incorporados ao SUS. No ano passado, o ministério gastou R$ 4,9 milhões para atender a 61 pedidos judiciais. Neste ano, já foram investidos R$ 12,6 milhões com a compra do Trastuzumabe.

Fonte: Diário do Nordeste