Diretoras do Sindsaúde são agredidas pela gestão de Milagres

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Em visita aos municípios da região do Cariri, qual não foi a surpresa da diretora do Sindsaúde, Madalena Policarpo, ao ser agredida no município de Milagres por um funcionário da prefeitura, no último dia 10 de outubro.


A diretora estava acompanhada de outras três mulheres, todas diretoras do Sindsaúde. O objetivo era visitar os trabalhadores do Hospital Municipal de Milagres para saber de suas demandas e levar a pauta à prefeitura, como é de praxe ocorrer. As diretoras decidiram, antes de falar com os trabalhadores, irem até à prefeitura para saber uma data provável para reunião com o gestor.


Primeiro, o prefeito negou que fosse ele próprio. Contudo, com as fotos nas paredes da sede foi reconhecido. A secretária já estava com o terceiro ofício do sindicato solicitando reunião, enviado em julho deste ano. O gestor respondeu grosseiramente que não tinha como “dar aumento a ninguém” e só resolveria a questão do adicional de insalubridade – que inclusive está na Justiça, junto com o adicional noturno -, dando as costas. Um funcionário expulsou as diretoras do Sindsaúde que continuavam lá, apesar de elas argumentarem que a prefeitura era pública.


Do lado de fora, as sindicalistas decidiram fazer um ato denunciado o ocorrido e falando sobre a pauta dos trabalhadores de Milagres. De repente, surge o secretário de Obras do município, Eugêncio, e interpela a diretora Madalena Policarpo, afirmando, aos gritos, que ela não deveria se pronunciar na praça contra a prefeitura. Apesar da covardia de seu ato, o homem não se intimidou, disse palavras de baixíssimo calão à diretora e quebrou o microfone, na frente de todos, inclusive da polícia, que assistiu à cena sem fazer nada. Não satisfeito, ainda arremessou uma agenda contra a cabeça da diretora.


A polícia, além de não fazer nada, disse à diretora que ela fosse registrar o Boletim de Ocorrência em outra delegacia. Madalena fez o BO e vai tomar as providências cabíveis.


Vale lembrar que o prefeito de Milagres, Hellosman Sampaio, já tem um histórico de agressões. Ele foi condenado a oito anos e três meses de prisão por atentado violento ao pudor e crime de ameaça, acusado de espancar e violentar um rapaz de 17 anos. Não satisfeito, em 2007 foi denunciado por ameaças de morte ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e à assistente social da Associação Comunitária do Município.


Veja abaixo um vídeo em que a diretora relata o ocorrido: