Doenças se multiplicam durante as chuvas

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É no período chuvoso que algumas doenças se proliferam. Diarreias, doenças respiratórias, dengue, leptospirose e micoses na pele atingem crianças, adultos e idosos e deixam o movimento nas emergências ainda mais intenso. “A mudança no clima, a umidade do tempo acaba criando um ambiente propício para a proliferação de vírus, bactérias e fungos”, explica a médica Perpétua Bezerra, diretora geral do Centro de Atenção à Criança Lúcia Fátima (Croa), na Parangaba.

No hospital pediátrico, é só começar a chover para o número de atendimento se elevar. Em dezembro, por exemplo, foram 4.565 atendimentos. Já em fevereiro, primeiro mês da quadra chuvosa, o número subiu para 4.961. Ontem, Maria Francisca Rodrigues, 34, buscou atendimento para a filha Maria Alice, 4, no Croa. “Ela estava tossindo muito, sentindo dor no peito, cansada”, relatou, preocupada. A mãe acredita que seja por causa das mudanças no clima.

Já em Daniel, 3, era a febre que assustava a dona de casa Ana Cláudia dos Santos, 29. “Eu estava com dengue semana passada. Acho que ele pode estar também”. A médica orienta que, se a febre persistir por mais de três dias, os pais procurem atendimento para um diagnóstico adequado. Dengue e leptospirose, por exemplo, têm sintomas semelhantes (febre, dor de cabeça, vômito e dor no corpo) e podem confundir, segundo o infectologista Anastácio Queiroz, diretor do Hospital São José, referência no tratamento de doenças infecciosas.

“Agora que houve muita chuva podem aparecer casos. Os ratos saem dos bueiros e a urina contaminada se mistura à água e transmite a leptospirose”. Nos hospitais particulares, o movimento também fica mais intenso. Nas emergência do HapVida, segundo a instituição, o aumento é de 48%. Já no Hospital da Unimed, os atendimentos mensais saltam de oito para 12 mil, nesta época.

O médico coordenador da Emergência da Unimed, João Neto, alerta para os cuidados com as gripes, que podem evoluir para pneumonia. Ele ressalta também a importância do diagnóstico precoce da gripe A. Este ano, duas mortes já foram registradas no Estado.

ENTENDA NOTÍCIA

Na quadra chuvosa, de fevereiro a maio, as emergências de crianças e adultos ficam mais movimentadas. Com o acúmulo de água e a umidade, algumas doenças se tornam mais comuns

Proteja-se

Evite doenças no período chuvoso

Diarreias: lave bem os alimentos antes de consumir só beba água tratada, filtrada ou fervida.

Doenças respiratórias: lave as mãos com água e sabão; não compartilhe objetos pessoais; agasalhe bem crianças e idosos; abra as janelas em dias de sol.

Dengue: elimine focos do mosquito e coloque tela nas janelas

Leptospirose e micoses: não entre em contato com água e lama durante e após as chuvas.