Grávida é recusada em três hospitais na Capital

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No 9º mês de gestação, Ana Lúcia Alves Borges, 25 anos, teve que enfrentar uma longa peregrinação para dar à luz o primeiro filho. Moradora da cidade de Aratuba (128 quilômetros de Fortaleza), Ana Lúcia começou a sentir as primeiras contrações na manhã de ontem. Logo procurou o hospital da cidade vizinha, Baturité, mas foi encaminhada para Fortaleza numa ambulância.

Chegando à Capital, junto com a irmã Lucivânia Alves, 18, a primeira tentativa foi na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac). Não foi atendida. “Eles (funcionários) disseram que não tinha vaga porque o hospital estava em greve”, relata a irmã. “Senti desprezo (da parte deles), pois minha irmã ficou sem ser atendida, mesmo sentindo dores direto”, lamenta Lucivânia.

Da Meac, as duas irmãs foram ao Hospital Geral Doutor César Cals. Na maternidade da unidade, Ana Lúcia foi avaliada e, pela classificação de risco, os médicos chegaram à conclusão de que não se encaixava no perfil do hospital, que atende os casos mais complicados. “Mas recebeu o primeiro atendimento, realizou exames e foi encaminhada”, informou o hospital por meio da assessoria de comunicação.

Então, as irmãs partiram para a quarta tentativa: o hospital Cura D’ars. “Aqui o atendimento está tranquilo, mas a gente não sabe como vai ser (o parto)”, diz Lucivânia, que estava ansiosa pela chegada do sobrinho. “É uma gravidez normal, sem riscos”, tranquiliza.

Até as 16 horas, quando O POVO conversou com Lucivânia pela última vez, o bebê ainda não havia nascido.

Fonte: jornal O Povo