Hapvida investe R$ 77,5 milhões em 2011; para os funcionários, nada

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De acordo com informações divulgadas hoje (23/3) no jornal O Povo, a operadora de saúde Hapvida investiu R$ 77,5 milhões no ano passado, superando em 25% o valor investido em 2010. Atingiu a marca de 1,8 milhão de clientes do Norte e Nordeste e pretende superar o valor dos investimentos em 2012.

Conforme o presidente do grupo, Jorge Pinheiro, os recursos foram aplicados em ampliação e modernização do atendimento, tecnologia, além de investimentos na gestão e capacitação do grupo. O Hapvida, segundo ele, vem apresentando crescimentos anuais em torno de 20%, que refletem maior empregabilidade (com 10 mil funcionários) e expansão geográfica da rede, que atua em 11 estados brasileiros.

Enquanto isso, os funcionários/as do grupo estão a ver navios. A empresa do ramo da Saúde, contraditoriamente, expõe os trabalhadores a situações adoecedoras. As auxiliares de enfermagem do Hospital Antônio Prudente denunciam que o hospital se nega a adquirir bancos giratórios e, por isso, as profissionais têm de trabalhar todo o dia com a coluna curvada, durante o atendimento aos pacientes. Segundo a médica do trabalho do hospital, os bancos já foram solicitados há três anos, pedido não atendido pela direção do Antônio Prudente.


Outra história revoltante envolve cinco moças que trabalhavam no call Center do grupo Hapvida. Simone da Silva Pereira, Jacqueline Silva, Ana Cecília Ferreira, Olívia Batista de Carvalho e Elisângela Maria de Melo adoeceram de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e como resposta foram “promovidas” a “recepcionistas” de um banheiro.

O INSS recomendou a readaptação das funcionárias, mas elas foram parar dentro de um banheiro, ocupado com cadeiras quebradas, nas quais elas se sentavam. Para completar a humilhação, foram apelidadas pelos colegas de “meninas do banheiro”, “folgadas” etc.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)  foi acionado e constatou que as empregadas estavam sendo assediadas moralmente. O Sindsaúde entrou na Justiça com ação de indenização e aguarda o resultado do processo. O pior de tudo é que esse caso não é inédito, mas já constitui uma prática do Hapvida.

A lista de irregularidades ainda não terminou: os funcionários não têm horário fixado para o almoço e o Hospital Antônio Prudente mantém um banco de horas ilegal. “Aliás, um banco fantasma, pois geralmente as horas trabalhadas simplesmente somem”, denuncia a diretora do Sindsaúde e funcionária do Hapvida, Daniele Nazário.

Para a diretora, é inaceitável que o grupo invista tanto em estrutura e esqueça os funcionários. “Eles anunciam que o Antônio Prudente terá nova fachada e se especializará em exames de alta qualidade. Como pode um hospital ser bonito por fora e tratar mal os funcionários, com vários casos de assédio moral?”, questiona.

Sindsaúde com jornal O Povo