Desde que a Funsaúde assumiu a gestão do Samu Ceará, trabalhadores denunciam condições precárias de trabalho. Eles passaram a pagar pela alimentação, pelo fardamento e devem passar a pagar pelo transporte a partir de dezembro.
A presidente do Sindsaúde Ceará, Marta Brandão, acompanhada de dirigentes do Sindsaúde Ceará, Simam e Senece, e de trabalhadores do Samu Ceará, participaram de um protesto nesta quarta-feira, 30/11, em frente à Funsaúde, no bairro Meireles. O objetivo foi cobrar melhores condições de trabalho para esses profissionais que tem sofrido perdas desde que a Funsaúde passou a fazer a gestão do serviço.
Desde outubro passado, os trabalhadores que atuam no serviço de atendimento de urgências na base de Caucaia não recebem mais as refeições, o que tem gerado um custo adicional para a categoria. E outro gasto já anunciado pela gestão está deixando trabalhadores apreensivos: a partir de 01/12, o transporte das equipes, mesmo para atuação nos municípios mais distantes, deverá ser feito por conta de cada profissional.
“A cada dia que passa, aumentam as despesas para quem trabalha aqui no Samu”, comenta Messias Carlos, diretor do Sindsaúde Ceará que atua no Samu Ceará. “Agora, estão cobrando da gente até o uniforme” – denuncia. “Isso é um desrespeito com quem trabalha com tantos riscos. Nós exigimos valorização e tratamento digno”- completou.
O valor cobrado pelo macacão para cooperados da Coaph que trabalham no Samu é de R$ 400,00. Antes da Funsaúde assumir a gestão do Samu, o próprio Governo fornecia o fardamento (macacão) para todos os membros da equipe. O macacão é considerado um EPI e deve ser fornecido de forma gratuita aos trabalhadores.
“O que está ocorrendo com os profissionais do Samu Ceará é muito grave” – afirmou Marta Brandão, presidente do Sindsaúde Ceará. E continuou: “Nós vamos cobrar da Funsaúde e do Governo do Estado medidas para que esses profissionais, que tanto se arriscam no exercício da profissão, possam voltar a receber as refeições e o fardamento e que não tenham mais despesas com o transporte”.
Durante o ato, uma comissão foi chamada para tratar sobre as demandas com gestores da Funsaúde. Ao final da reunião, foram definidos os seguintes encaminhamentos:
Transporte da Unidade Regional (Caucaia, Maranguape e Eusébio) para as unidades de Base (QRA) – A Funsaúde tinha anunciado que a partir desta quinta-feira, 01/12, o transporte para as unidades de base seria de responsabilidade dos próprios trabalhadores. Esta medida foi suspensa.
Alimentação – A Funsaúde informou que o fornecimento das refeições é de responsabilidade do município de Caucaia e que está acionando a Prefeitura para que volte a fornecer as refeições aos trabalhadores do Samu como era feito até setembro passado.
Fardamento – Nesse ponto, o impasse está mantido. A Funsaúde exige o fardamento, mas não fornece. Enquanto isso, o mesmo está sendo descontado do pagamento pela Cooperativa Coaph. Antes da Funsaúde, o fardamento(macacão) era fornecido pela Secretaria da Saúde do Estado. O fardamento é um EPI e deve ser fornecido gratuitamente aos trabalhadores.