Câmara Municipal debate ataques aos direitos de trabalhadores da saúde particular

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A audiência foi solicitada pela vereadora Enfermeira Ana Paula atendendo a pedido do Sindsaúde Ceará, que denuncia a ameaça de retirada de direitos desta categoria.

Aumenta a pressão contra os patrões da rede particular de saúde de Fortaleza. Os ataques aos direitos da categoria foram tema da audiência pública na Câmara Municipal nesta segunda-feira, 09/05. O Sindsaúde repudia qualquer tentativa de retirada de direitos e cobra reajuste mínimo de 10,16%, índice da inflação acumulada em 2021.

A audiência foi requerida pela vereadora Enfermeira Ana Paula a pedido do Sindsaúde Ceará. Além do Sindsaúde, a audiência, transmitida ao vivo pela TV Fortaleza, teve a participação de outras entidades, como Senece, Assec, Sindiodonto, Sasec e CTB, sendo presidida pela vereadora Enfermeira Ana Paula.

A presidente do Sindsaúde Ceará, Martinha Brandão, expôs o impasse que tem impedido os avanços nas negociações da CCT 2022. Os patrões aumentaram a proposta de reajuste de 3% para 6%, a partir de julho, o que não cobre nem a inflação que foi de 10,16%. Martinha esclareceu que o custo de vida aumentou bastante e que o reajuste dos trabalhadores precisa acompanhar minimamente a inflação.

Na ocasião, trabalhadoras da saúde tiveram oportunidade de falar de suas rotinas de trabalho, afetadas negativamente desde a chegada ao Ceará do Grupo Kora, que comprou três grandes hospitais (São Mateus, Gastroclínica e Otoclínica) e agora faz pressão na mesa de negociação para retirar direitos dos trabalhadores, como é o caso do pagamento em dobro nos feriados e a licença de empregadas para acompanhar filhos ao médico.

Outro ponto bastante criticado pela categoria diz respeito à dobra de plantões, que os patrões querem permitir na Convenção. Hoje, a dobra é proibida.

Ao final da audiência, foram feitos os seguintes encaminhamentos:

Solicitar audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará;

Apresentar uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho para apurar a situação da saúde mental dos trabalhadores;

Acionar o Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Soluções de Disputas (Cejusc);

Encaminhar representação junto à Organização Internacional do Trabalho;

Encaminhar a denúncia para que a comissão sindical da OAB se pronuncie sobre essa situação do grupo Kora no Ceará.

Nós vamos seguir reagindo e resistindo a esses ataques e vamos exigir do sindicato patronal que trate os trabalhadores com dignidade e respeito” – afirmou Martinha Brandão, presidente do Sindsaúde Ceará.

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