A data base da categoria é no mês de janeiro, mas os patrões do Hapvida evitaram o quanto puderam iniciar as negociações para o Acordo Coletivo de Trabalho para 2021. Foram várias manifestações, inclusive com cortejo fúnebre em frente uma das unidades do grupo, para que um canal de negociação fosse aberto.
Mas como se não bastasse o atraso nas negociações, os gestores do Grupo Hapvida querem impor prejuízos aos trabalhadores, criando um impasse nas negociações. A empresa, que é considerada hoje uma das mais ricas do país, se nega a repor a inflação em todos os salários e ainda propõe reajustes diferenciados aos empregados, numa atitude discriminatória: a proposta é de 5,45% para quem ganha até R$ 3.216,78, 3,20% para quem ganha entre R$ 3.216,78 e R$ 6.433,57 e livre negociação para quem ganha mais de R$ 6.433,57. Os gestores querem ainda que os empregados dispensem os valores retroativos do Vale Alimentação, que passaria de R$11,00 para R$12,50 a partir somente de julho.
Quanto às diferenças salariais decorrentes do reajuste para este ano, a proposta é que os empregados abram mão do retroativo por um abono, que livraria a empresa de encargos sociais com INSS e FGTS.
O grupo empresarial, que tanto se autoproclama caridoso, não poupa os empregados. Os salários estão abaixo dos praticados por seus concorrentes, a cesta básica é alvo de reclamações constantes pela baixa qualidade e o valor do Vale Alimentação só paga um lanche. Como se não bastasse, o grupo usa de artimanhas para não pagar os pisos salariais definidos em acordos anteriores. Para não pagar o piso de maqueiro, por exemplo, eles mudam a função do empregado para agente hospitalar ou para atendente de enfermagem. Porteiro vira caixa e assim tantas outras funções que são mudadas só pra prejudicar o trabalhador.
Quanto à proposta de ACT, o Sindicato já afirmou para o HapVida que não concorda com mais esta proposta humilhante e discriminatória. “O reajuste salarial tem que beneficiar toda categoria representada pelo Sindsaúde e o reajuste do vale-alimentação precisa ser retroativo a janeiro” – defende Marta Brandão, presidente do Sindsaúde Ceará. “E se o grupo quer pagar abono para economizar em cima do arrocho salarial dos empregados, então, que repasse, pelo menos parte desta economia, para fornecer um vale alimentação decente” – concluiu.
Chega de discriminação no Hapvida!
Reajuste salarial para todos!