Mesmo com as dificuldades de negociação impostas pelo Grupo Kora, houve avanço na última reunião de negociação, mas ainda não há consenso.
Dirigentes do Sindsaúde Ceará amanheceram nesta terça-feira, 22/06, em frente ao Hospital São Carlos, em Fortaleza. Eles foram mobilizar os trabalhadores na luta por avanços nas negociações para a CCT da rede particular para 2022.
Depois de inúmeras reuniões de negociação, com vários impasses, finalmente os patrões da rede particular trouxeram um avanço importante. Na última rodada de negociações, eles concordaram em oferecer reajuste de 10,16%, índice do acumulado da inflação pelo INPC. A proposta é implantar esse reajuste a partir de julho deste ano. Para os meses de janeiro a junho, seria pago um abono de 5%, parcelado em duas vezes.
O Sindsaúde Ceará reconheceu o avanço nas negociações, mas rejeitou a proposta do abono, que só significa perda para os trabalhadores, considerando que estamos vivendo em um cenário de inflação galopante, com aumentos frequentes dos preços dos bens e serviços, como combustível, energia e alimentos básicos. O sindicato informou para os patrões que aceita o reajuste de 10,16%, a partir de julho, mas o abono teria que ser o mesmo índice da inflação, ou seja, de 10,16%, de janeiro a junho, podendo ser pago em até três vezes. Uma nova reunião de negociação está agendada para o próximo dia 27/06.
Sindsaúde X Patrões da rede particular
Em novembro de 2021, o Sindsaúde Ceará entregou ao sindicato patronal uma minuta de convenção coletiva de trabalho, mas as primeiras negociações só ocorreram por volta de março deste ano, depois que o sindicato fez mobilizações e atos de protestos na porta dos hospitais. Um fator que tem dificultado as negociações é a chegada do Grupo Kora ao Ceará. O grupo comprou três grandes hospitais em Fortaleza e vem tentando impor uma prática de retirada de direitos de trabalhadores, fazendo pressão inclusive em outros empresários na mesa de negociação com o Sindicato. Inicialmente, os patrões ofereceram 3% de reajuste e, com as mobilizações feitas pelo sindicato, a proposta foi evoluindo, lentamente, apesar dos patrões ainda se sentirem reféns do Grupo Kora. O Sindsaúde resiste buscando mais valorização para os empregados da saúde particular do Ceará.