Unimed é condenada a pagar indenização por danos morais a ex-funcionária

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A reclamação trabalhista foi feita em setembro de 2011 pelo Sindsaúde e a Justiça deu ganho de causa à reclamante em todas as instâncias.


Depois de cinco anos, a auxiliar administrativa Liduína Maria da Silva foi finalmente indenizada pelos danos morais sofridos pelo tempo em que trabalhou no Hospital Regional da Unimed, em Fortaleza, de 2007 a 2012. A indenização, no valor de R$ 30.000,00 foi definida pelo Tribunal Superior do Trabalho, após recurso do Sindsaúde, que pediu a revisão do valor da indenização, já determinada pelo Tribunal Regional em R$10.000,00, valor considerado incompatível para o dano causado.


Liduína ingressou no setor de Recursos Humanos do Hospital Regional da Unimed em 2007, através do sistema de cotas, por ser portadora de deficiência física. Desde então, a trabalhadora foi humilhada e constrangida por colegas, inclusive pela chefe do setor, a psicóloga Renata Farias. Por várias vezes, a trabalhadora teria sido menosprezada pelo fato de ser cotista, sendo considerada incompetente para a função. Liduína conta nos autos do processo como era constantemente ridicularizada na presença de todos pela também funcionária do setor, Cristina Viana.


Os episódios de assédio moral viraram uma dolorosa rotina na vida de Liduína, que necessitou de cuidados médicos, passando a fazer uso de antidepressivos. Nesse período, ela chegou a ser demitida e reintegrada por determinação judicial. Com o retorno, os assédios continuaram e Liduína passou a ser isolada. Sem condições de continuar, Liduína pediu demissão.


A reclamação trabalhista foi feita ainda em 2011 através da assessoria jurídica do Sindsaúde. Diante dos fatos, a Justiça concluiu que Liduína sofreu agressões morais continuamente por parte de seus colegas de trabalho e que nenhuma providência foi tomada pela empresa diante do assédio, que foi inclusive denunciado na Ouvidoria do referido hospital.


Para Liduína, o pagamento da indenização por parte do Hospital da Unimed marca o fim de um capítulo triste de sua vida e deve servir de exemplo para outros profissionais que convivem com o assédio moral nos ambientes de trabalho. “Precisamos denunciar o assédio e as empresas que apoiam quem pratica esse assédio moral, como é o caso da Unimed, que até promoveu as funcionárias que me humilharam e constrangeram por todo esse tempo”- concluiu.


Com informações da Assessoria de Comunicação do Sindsaúde – Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Ceará