Onda de demissões e desumanidade na saúde do Ceará é destaque na coluna de Economia do O Povo

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ONDA DE CORTES E DEMISSÕES NA SAÚDE

Profissionais de saúde locais recebem um duro presente de Natal: o desemprego. Depois de o setor enfrentar a maior crise sanitária do planeta e testemunhar a posterior expansão de postos de trabalho, empresas fazem cortes nos seus quadros de funcionários.

Os números não são precisos, em função da homologação das demissões não passar mais obrigatoriamente pelos sindicatos do setor, mas as informações que chegam à coluna é de que são centenas de funcionários em uma primeira leva de cortes.

A presidente do Sindisaúde, Marta Brandão, afirma que vivemos também uma pandemia do desemprego e desumanidade na saúde. “É desumano e inconcebível o que gestores estão fazendo com os profissionais da saúde do Ceará. Ao mesmo tempo, temos cerca de 200 trabalhadores ameaçados de terem suas remunerações reduzidas com a troca de cooperativa no Hospital São José, da rede estadual. Em São Gonçalo do Amarante, outros 200 trabalhadores da saúde do nível médio, auxiliares e técnicos de enfermagem, foram demitidos após mudança de gestão no hospital municipal Luiza de Alcântara e Silva e, até agora, não receberam as verbas rescisórias”, afirma. Nesses dois casos, o Sindsaúde Ceará está entrando com ações para o pagamento das verbas rescisórias para amenizar os prejuízos dos profissionais.

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GRUPO INTEGRA EMPRESAS; FUNCIONÁRIOS SÃO DESLIGADOS

Como se isso não bastasse, o Grupo Kora, que adquiriu recentemente os hospitais Gastroclínica, Otoclínica e São Mateus, com promessa de gerar mais empregos, também realiza demissões em massa. O grupo capixaba, com ações negociadas em bolsa, administra 15 hospitais no país. A coluna entrou em contato com alguns funcionários demitidos que informaram que vem sendo efetuado o desligamento de pessoas em diversos cargos, incluindo médicos e enfermeiros.

A presidente do sindicato denuncia o tratamento considerado desumano. “O grupo está cortando dos trabalhadores o direito de comer e repousar nas jornadas de trabalho noturnas, sem prejuízo nas remunerações”, ressalta. A presidente do Sindsaúde relata também que tem recebido inúmeras denúncias, e uma mediação já está marcada para a próxima segunda-feira, no sindicato patronal da rede particular. Profissionais denunciam ainda que os assédios aumentaram e que os ambientes de trabalho se tornaram mais tristes e insalubres.

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ATIVIDADES INERENTES AO NEGÓCIO

A coluna procurou o grupo Kora para falar sobre o assunto e obteve a seguinte resposta: “A Kora Saúde, que se consagra a cada dia como uma das maiores redes hospitalares do país, com atuação em vários Estados da Federação, incluindo Fortaleza através da aquisição das unidades Hospitalares Gastroclínica, São Mateus e Grupo OTO, esclarece que movimentações operacionais, a exemplo da expansão na oferta de especialidades médicas, novos credenciamentos, investimentos em tecnologia e ajustes no quadro de colaboradores são atividades inerentes aos seus negócios e estão em acordo com as normas legais e procedimentos éticos. A Kora Saúde reafirma seu compromisso com o crescimento e a melhoria contínua dos seus serviços de saúde, com foco em qualidade, humanização, tecnologia e inovação, a preço justo e acessível, para benefício de toda a comunidade e a população Cearense”.

Por Neila Fontenele – O Povo 11/12/2021

Confira aqui a coluna completa da jornalista Neila Fontenele no Jornal O Povo

 

 

 

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